quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chocando histórias


A literatura infantil brasileira é pródiga em histórias de galinhas. Além de ser um animalzinho, por incrível que pareça, “ilustrogênico”, ou seja, fotogênico em ilustrações, seu modo de vida oferece à imaginação humana bastante material. A organização de um galinheiro, as relações entre as chocadeiras, o comando do galo no terreiro, a espera da ninhada e as diferenças entre os pintinhos já forneceram algumas das mais interessantes e divertidas páginas de nossa literatura infantil. Mudanças no galinheiro mudam o mundo por inteiro (Sylvia Orthof), O pintinho que nasceu quadrado (Regina Chamlian), que considero dois clássicos da nossa literatura infantil, estão nessa lista.

Clarice Lispector também tinha a sua história de galinha. Chama-se A Vida Íntima de Laura, sendo Laura a galinha do título. Depois de relatar a vida íntima da personagem, a escritora conclamava os leitores a contarem suas próprias histórias de galinha. E foi o que Cláudio Fragata, então editor da revista Recreio, fez em 2005, atendendo ao chamado de Clarice com muita graça.

Sua história de galinha chama-se O voo supersônico da galinha Galatéia, uma história de galinha leve e despretensiosa, escrita em uma linguagem simpática e direta. Galatéia começa o livro no papel de “galinha do vizinho”, e tem sua história contada pelo menino da casa ao lado a um de seus amigos. Sem muitas delongas, o leitor é apresentado à face aventureira de Galatéia, a galinha astronauta que parte para a Lua em busca do mais fabuloso galo já concebido pela imaginação galinácea. E, apesar das peripécias da protagonista em busca do amor parecerem penosas, com perdão do trocadilho, quem canta de galo no final é a felicidade.

E você? Já criou sua própria história de galinha?


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